sexta-feira, 23 de maio de 2008

Tropas Pára-Quedistas sem verbas para acções de divulgação.


A contenção orçamental tem reflexos negativos na formação das tropas pára-quedistas, devido à diminuição do número de candidatos a militares, em resultado dos cortes nas acções de divulgação e informação aos jovens. A capacidade operacional e a presença dos boinas-verdes nos teatros de operações internacionais não foi afectada.

Esta mensagem foi transmitida ontem pelo coronel Frederico Almendra, comandante da Escola de Tropas Pára-quedistas (ETP) de Tancos, durante as comemorações dos 52 anos da unidade, que já formou 44 500 militares desde 1956. "A contenção orçamental obrigou-nos a adaptar os recursos e a fazer um esforço para manter a nossa capacidade operacional", disse o comandante da ETP, que agradeceu ao tenente-coronel Pina Monteiro, comandante operacional das forças terrestres (COFT) do Exército, "o gesto generoso e camarada que permitiu colmatar as condições de alojamento de alguns sargentos da unidade" de Tancos.

No ano passado, foram formados na ETP 400 instruendos e realizados mais de dez mil saltos em pára-quedas, disse o coronel Frederico Almendra, sublinhando, por outro lado, que os pára-quedistas de Tancos "participaram em campeonatos desportivos em todo o Mundo, conseguindo sempre resultados honrosos". Para o comandante da ETP, que tomou posse há poucos meses, o futuro das tropas pára-quedistas passa, a nível internacional, pela cooperação técnica com países dos PALOP e da NATO. Apesar do mau tempo, que não permitiu a realização de saltos em pára-quedas, o dia aberto da unidade juntou mais de seis mil pessoas, entre actuais e antigos pára-quedistas e familiares.

"A qualidade e o mérito das tropas pára-quedistas portuguesas são hoje reconhecidos em todos os teatros de operações onde estão presentes, seja em operações de manutenção da paz ou de crise humanitária", referiu durante as cerimónias o tenente- coronel Pina Monteiro, que presidiu às cerimónias militares, elogiando "a grande formação de base que se dá na escola, assegurada por alguns dos melhores especialistas que temos em Portugal".

"É justo reconhecer a sua importância, a nível da actualização técnica, da sua eficácia e do sucesso que tem demonstrado onde tem sido chamada a intervir", destacou ainda o comandante do COFT. Dirigindo-se ao grande número de boinas-verdes que se viam entre o público, Pina Monteiro destacou também "a grande mística e o carácter único" da Base Escola de Tropas Pára-quedistas , "que une todos os pára- -quedistas ao longo da vida".

A história dos 50 anos das tropas pára-quedistas portuguesas está documentada num filme lançado em DVD na quarta-feira, em Lisboa, da autoria do repórter de imagem da SIC Carlos Santos."Pára-quedistas - Um Subsídio para a História" é "um resumo alargado" dos boinas-verdes. "Um documentário histórico com ritmo televisivo", segundo o autor. Reúne registos sonoros e de imagem de arquivos pessoais dos militares, do Exército e da RTP e SIC, começa com os "pioneiros", que fizeram a sua aprendizagem, em 1953, em França e em Espanha, antes de serem criadas oficialmente as tropas pára-quedistas na Força Aérea, em 1956. Termina com um apontamento sobre a intervenção destes militares, integrados no Exército desde 1994, no conflito do Afeganistão. (Fonte: Correio da Manhã)

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